BRAVOS ENTREVISTA COM EUTÁQUIO ANDRÉA PATONAS






















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Outubro Rosa - 2012












































































































A "Rede Feminina de Combate ao Câncer" de Itajaí" promoveu uma ação social, divulgando o seu trabalho, no escritório da Construtora e Imobiliária, na Aenida Ministro Víctor Konder - Beira Rio. 
Agradecemos a acolhida, participação e dedicação de toda Equipe "Mendes Sibara".

Por: Neide Pasold Uriarte

AGRADECIMENTO THIAGO MORASTONI













ARNALDO JABOR EM BC








Enviado por: Editora Bittencourt




Deputado Volnei Morastoni apresentará o trabalho do Herbário Barbosa Rodrigues em Congresso Internacional de Etnobotânica



Centros Mundiais de Referência em Pesquisa Etnobotânica: O Herbário Barbosa Rodrigues no Município de Itajaí – Estado de Santa Catarina será o tema da palestra do presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Catarinense, deputado Volnei Morastoni (PT). A atividade faz parte do Congresso Internacional Saber Tropical em Moçambique: História, Memória e Ciência, que acontece de 24 a 26 de outubro, no Jardim Botânico Tropical, em Lisboa, Portugal.


O tema será apresentado na Mesa Redonda Saúde, Ciência, Tecnologia e Agricultura: Relações Santa Catarina (Brasil) – Moçambique, coordenada por Harrysson Luiz da Silva, UFSC e IGETECON e Adelaide Bela Agostinho, MCT/CIDE/ Moçambique. O Herbário Barbosa Rodrigues estuda a flora do Estado de Santa Catarina, suas diferentes associações vegetais, o meio ambiente, e publica suas monografias, gerando conhecimentos científicos culturais.


O acervo do Herbário contém 70.0000 exsicatas (exemplar dessecado de uma planta qualquer), o que corresponde a 95% da flora catarinense. Sua biblioteca especializada em Botânica possui 19.573 exemplares, onde pesquisadores do Brasil e exterior visitam o Herbário para estudar, comparar, identificar suas plantas com as do acervo, elaborando e complementando suas dissertações de mestrado, teses de doutorado e pós-doutorado. Um centro de referência de grande produção, organização e amplitude de geração do conhecimento em etnobotânica.


O Congresso Internacional Saber Tropical em Moçambique: História, Memória e Ciência resulta de uma parceria interna entre vários projetos do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito do Programa História da Ciência, e visa apresentar e partilhar estudos e resultados de trabalhos de investigação em curso sobre Moçambique, nas várias áreas do saber científico, parte dos quais desenvolvidos em parceria com instituições moçambicanas.

A próxima edição do Congresso será realizada em 2013 no Brasil, na Universidade Federal de Santa Catarina e foi tratada em março deste ano, quando o deputado Volnei Morastoni recebeu a visita do embaixador de Moçambique no Brasil, Murade Isaac Miguigy Murargy, para discutir a importância de se estreitar a cooperação para o desenvolvimento econômico e científico entre o Brasil e Moçambique.



Presidente da Comissão de Saúde da Alesc, Deputado Volnei Morastoni; a professora e pesquisadora de relações étnico-raciais do Sistema Estadual de Ensino do Estado do Rio de Janeiro, Gloria Maria dos Santos Silva; a Prof. Doutora Adelaide Bela Agostinho, Presidente do Conselho Científico de Etnobotânica do Ministério da Ciência e Tecnologia de Moçambique – MCT e Diretora do Centro de Investigação e Desenvolvimento de Etnobotânica (CIDE); o Embaixador da República de Moçambique Dr Murade Isaac M. Murargy; e o Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Deputado Gelson Merisio.




Centro de História da Família



A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS TEM O PRAZER DE CONVIDAR PARA UM ENCONTRO EM SUA SEDE EM ITAJAÍ, À RUA URUGUAI, 545. NA OCASIÃO SERÁ DEMONSTRADO O SISTEMA “NEW FAMILY SEARCH” (Nova Procura da Família), sistema usado por membros e amigos da Igreja com o intuito de procurar e pesquisar seus antepassados, formando sua Árvore Genealógica. Estarão expostos trabalhos que vêm sendo realizados já há algum tempo, tais como Árvores Genealógicas, fotos históricas, Gráficos de Linhagem, etc. Demonstramos através destas pesquisas que não esquecemos e que honramos nossos antepassados.



Teremos imenso prazer em recebê-los em nossa sede. Esperamos contar com sua presença.



Abaixo um resumo do cronograma para os dias de 28/10 a 02/11:



Dia 28/10/12- 19:00- Serão Motivacional sobre a História da Família com especialistas nessa área de pesquisa, aberto para perguntas.(Rua Uruguai,545)

Até o dia de Finados, 02/11- divulgação do trabalho de História da Família

Dia 02/11/12- Finados- 2 Tendas serão colocadas nos cemitérios municipais, 1 em Barra Velha e outra em Itajaí, no cemitério da Fazenda, na Rua 7 de Setembro.

Os visitantes das tendas terão a oportunidade de se cadastrarem no Family Search e aprender como se pesquisa seus antepassados. Depois de cadastrados, as pessoas poderão realizar tal trabalho em suas próprias casas, ou no nosso Centro de História da Família, localizado em Itajaí na Rua Uruguai, 545.

Enviado por: Vera Estork



Maior tragédia da história da Praia de Camboriú




No ano de 1921, no dia 21 de outubro aconteceu a maior tragédia da história da Praia de Camboriú. O mês inteiro estava de chuva e os pescadores não tinham saído para pescar. o Jornal O INTRANSIGENTE, tratou assim a tragédia: 



- “Um grande tufão - A pescaria da morte: Cinco homens victimas do dever”. 

Num relato minucioso, emocionante, Hermínio Vieira, o Jornalista, detalhou a tragédia, com farta informação factual, visitando a família dos sobreviventes e acompanhando os sepultamento das vítimas. Foi a maior tragédia que já se abateu sobre a nossa cidade. 

Quando sofremos a tragédia do fenômeno “Catarina”, muito a imprensa alardeou que foi o primeiro ciclone sub-tropical. Este que ora me reporto, foi inúmeras vezes maior. 

Quando estavam todos em alto mar, cremos que por volta das 7 ou 8 horas da manhã, subiu um “rolo” de nuvem negra de modo tão violento e rápido que não deu tempo sequer de recolher o espinhel. 

A enorme massa de nuvem negra, deixou o dia tão escuro, que os pescadores sequer se enxergavam dentro da embarcação, nem sabiam em que direção estavam. O vento soprou com uma fúria nunca antes vista e o mar levantou ondas que eles jamais poderia imaginar. 



Este tufão passou numa faixa muito estreita, pegando em cheio só a extensão entre a Barra e a Praia Brava. 

Na Praia do Buraco, a tempestade foi muito violenta. Ali estavam pescando na mesma canoa, meu avô Manoel Germano, Zé Nicolau e o menino “Mané Sima”. 



O Intransigente entrevistou estes dois sobreviventes. Conta Manoel Germano para o Jornalista que conseguiu escapar porque onde ele estava, dava para enxergar o farol de Cabeçudas e foi para lá que ele rumou e conseguiu a muito custo, vencer o tenebroso mar. 

Ana Corrêa Fuchs no seu livro “Sete Minutos”, conta que em virtude disso, Mané Germano seu pai, fez duas promessas: a primeira de ir todos os anos à cidade de Iguape, pagar promessa ao Bom Jesus desta cidade. 

A segunda, por ter sido recepcionado na praia de Cabeçudas por diversos cachorros, que lhe pareceram ser solidários, ele promoveu uma grandiosa festa para todos os cachorros da vizinhança.yt 

O jornalista relata a tristeza que se abateu sobre cada família. Na residência de Cesino Martins na Barra, arrimo da família, deixou seu velho pai viúvo, com três irmãs, sendo uma delas aleijada. 

No Canto da Praia, em casa de Manoel Felisbino, esse sobrevivente revelou a incrível façanha de como escapou dessa tragédia. De cama e como muitas dores, revela que saiu para pescar com João Miguel e Laudelino Ponciano. João Miguel lhe revelou minutos antes de embarcar que estava em jejum com muita fome, pois não tinha nada mais para comer em casa e que, sua sorte, dependeria do sucesso dessa pescaria. João Miguel não sobreviveu em virtude da fraqueza física, por causa da fome que sentia. 

Conta Laudelino que as ondas pareciam montanhas e que João Miguel enfraquecido ameaçava se jogar ao mar. Não obstante seus brados de ânimo, João Miguel jogou-se no fundo da canoa e desistiu de lutar. Em seguida um vagalhão virou a canoa, matando seus dois companheiros. Mesmo assim nadou até a praia. Quando o mar estava para carregá-lo de volta, dois meninos juntaram as forças e o puxaram para terra, deixando-o moribundo nas areias da praia. 

Depois foi visitar a casa do preto Ponciano, pai de Laudelino e sogro de João Miguel, onde estavam sendo velados. 

Num casebre de palha em ruínas, com uma mesa e dois bancos, era todo o mobiliário da casa. A viúva amamentando um filho no peito e rodeada de outros pequenos, chorava compulsivamente, e não teve a mínima condição de atendê-los. Ponciano que sofria de “desarranjo mental”, ora ria, ora chorava. 



SORTE E HEROÍSMO NO CANTO DA PRAIA. 

“Uma pequena praia escarpada, tomada em curva, tendo como leito um expesso (sic) rochedo que se estende para fora em pyramide de abrolhos offerecendo ao visitante um aspecto fúnebre de um cemitério, povoada de catacumbas deformada pelo tempo”. 

É assim que o jornalista descreve a nossa bela Prainha. Ali o mar jogou duas embarcações, a “Andorinha” de Cesino Martins e a canoa de Felisbino, junto com remos, velas e demais apetrechos de pesca. 

Nesse dia também saíram para pescar Raul Rebello e Leopoldino Pereira. Quando pressentiram o perigo rumaram em direção ao Canto da Praia. Embora perderam a vela para o vento e deixando as redes para trás, remavam em direção ao Canto da Praia, quando encontraram em situação pior que eles, dois pescadores agarrados à uma canoa cheia de água. 

Conta Raul que ao chegar mais perto reconheceu Paulo Faustino e Nicolau Maxixe. Nicolau sem forças queria se deixar morrer, enquanto que Paulo Faustino lutava para salvá-lo juntando suas últimas forças. 

Raul e Leopoldino ofereceram carona, mas Paulo insistiu que tentassem salvar o Maxixe, senão morreriam os quatro. 

-Ou salvamos os quatros ou morremos todos! – Disse Raul. 

Mal embarcaram e uma onda virou a canoa com os quatros. 

Quando vieram à tona, todos estavam bem, menos o maxixe que parecia morto. Raul Rebelo, embora sendo um homem de compleição fraca, lutava para salvar Nicolau Maxixe. Num determinado momento ele afundou e segurou Raul pelas pernas. Raul lutava para se desvencilhar do moribundo quando deparou-se com uma moça ao seu lado. Era Eugênia, filha de dona Marcolina Claudina da Silva que vendo a luta de Raul, heroicamente amarrou-se numa corda e foi ao encontro dos dois, ajudando Raul a salvar Maxixe da morte certa. Infelizmente o destino, mais tarde, ceifou a vida do Nicolau, quase no mesmo lugar, só que em terra, nas areias da praia, quando se disputava uma corrida de cavalos. Ele foi atropelado por um deles, falecendo em seguida.

Por: Isaque De Borba Corrêa

Agradecimento Fabricio Santos




Venho de público agradecer a todos os eleitores que me honraram com o deferimento de seu voto, muito obrigado pelos 822 votos.



Venho também de Público agradecer primeiramente a Deus, a minha família e a todos que me ajudaram direta e indiretamente nesse processo político. 
Agradeço a minha equipe e as pessoas que de forma voluntária contribuíram trabalhando incansavelmente em nossa campanha nos motivando em todos os momentos.
Reafirmamos o nosso compromisso de lutar pelos nossos ideais e valores.
O sonho Continua. A nossa luta não para por aqui. 




Esses 822 votos em trez meses de trabalho são um indicativo de que estamos no caminho certo. Fizemos uma campanha, humilde, que não contamos com outros recursos além dos recebidos de amigos, parentes e companheiros, e que a nossa campanha sempre se manteve limpa e coerente aos nossos ideais. Enfrentamos tudo quanto foi obstáculo, só não conseguimos vencer o da compra de votos que ocorreu em todo país.
Muito Obrigado! Fabricio Santos






Urna eletrônica, sem voto impresso, só no Brasil!

                                                                                                                         
                                                                                                                               
                                                                                         Por: Paulo Mannes 


O Brasil foi o primeiro país a adotar em todo seu território nacional as urnas eletrônicas. Porém, antes disso, em 1992, a Holanda e a Alemanha, já testavam esse novo método de votação. Os dois países utilizaram algumas urnas eletrônicas até 1996, quando as mesmas foram proibidas. Ambos os países consideraram inconstitucional qualquer tipo de votação que não fosse impressa. 



No Brasil, quando implantadas, a veracidade e a segurança dessas urnas não foram questionadas pelos brasileiros. Ao contrário, foram recebidas como um método rápido, seguro e eficaz para a apuração dos votos. Passados alguns anos desde a implantação desses equipamentos, sua veracidade e transparência passaram a ser questionadas devido a diversos fatores. 



A maioria dos países que empregam o uso das urnas eletrônicas, como o México, a Venezuela e o Peru utilizam as chamadas urnas de 2ª geração, que permitem duas contagens, através do voto impresso e do voto eletrônico. Esse modelo de urna imprime o voto para que o eleitor possa conferir se seu voto foi realmente computado para o candidato em quem votou na urna eletrônica.
Em seguida esse mesmo papel é depositado em uma urna que ao final do dia é lacrada. A apuração dos votos é feita pelas urnas eletrônicas, como no Brasil. Mas caso existam dúvidas quanto aos resultados, há a possibilidade de recontagem pelos votos impressos. 



A Argentina é o único país que já utiliza a urna eletrônica de 3ª geração, que permite três contagens. O eleitor recebe um cartão em branco com um chip, e se dirige para a urna eletrônica. A pessoa só pode votar se a urna reconhecer o chip que é colocado dentro dela. Ao confirmar, a máquina registra também o voto no cartão, então o eleitor pega esta cédula, confere o voto e com esse mesmo chip computa o voto em outra urna eletrônica localizada ao lado. Essa segunda urna faz novamente a leitura do voto e apresenta na tela para o eleitor. 



Confirmado o voto então pela segunda vez, essa última urna recolhe a cédula e armazena no interior da máquina para possível conferência, se necessário. Neste modelo de 3ª geração, a primeira urna é recolhida ao final do dia e a apuração é feita como no Brasil. A segunda urna é conectada a um sistema de rede e a contagem é feita diretamente da sessão eleitoral para uma Central de Apuração. Os dois resultados devem ser iguais. Caso não sejam, é então realizada a apuração das cédulas impressas cuja(s) urna(s) o resultado foi divergente. A legislação eleitoral nesses países, tanto na Argentina como em todos os outros que utilizam urnas mais avançadas que as brasileiras, deixam claro que em casos de recontagens, a validade é do voto impresso. 



Urnas eletrônicas como as do Brasil, são utilizadas apenas na Índia. O Paraguai utilizou as urnas brasileiras nos anos de 2004 e 2006, porém na eleição presidencial de 2008 o uso das mesmas foi proibido pela Autoridade Eleitoral daquele país, já que os partidos de oposição alegavam desconfiança nos equipamentos e diversas fraudes haviam sido descobertas. Neste mesmo ano, a Holanda também proibiu a utilização dessas urnas, alegando falta de segurança. Em 2009, a Corte Constitucional Federal da Alemanha, também proibiu a utilização desses equipamentos em suas eleições, devido ao fato de elas não atenderem ao "Princípio da Independência do Software em Sistemas Eleitorais". 



A Argentina testou essas mesmas máquinas em 2003. Em seguida, realizou experiências com outros modelos, sempre com os que possibilitavam também o voto impresso. No ano de 2011, os argentinos decidiram não utilizar o nosso equipamento e iniciaram a implantação das urnas eletrônicas com dupla gravação do voto: impresso e gravado em chip. Nos Estados Unidos, país de Primeiro Mundo, o voto ainda é realizado em cédulas, mesmo com a demora em se apurar o resultado, o país continua utilizando o sistema antigo. Para os americanos, esse ainda é considerado o método mais seguro, e existe há a possibilidade de auditar o resultado, caso sejam levantadas dúvidas. Em caráter experimental, apenas dois estados americanos utilizam a urna eletrônica de 2ª geração, com voto impresso. 



No ano de 2006, testes livres e independentes sobre as seguranças das urnas (modelos utilizados no Brasil) começaram a ser realizados em alguns países. Nos testes livres realizados nos EUA, Holanda, Paraguai e Índia, em 100% deles, houve sucesso na invasão das máquinas. Nos testes restritos, realizados sob regras e limites demasiados, no Brasil e na Índia, todos eles não obtiveram sucesso. Analisando os resultados tanto 
no Brasil, como em outros países, fica explícito que as regras impostas pelas autoridades eleitorais, afetam de forma determinante o resultado dos testes.

No Brasil aumentou-se ainda mais a propaganda de que nossas urnas são invioláveis. No entanto, na Índia, o governo repensou e recentemente alterou a Lei Eleitoral. Nas próximas eleições o processo de votação já deverá ser com as urnas de 2ª geração. O que torna o Brasil o único país do mundo que ainda insiste em continuar apenas com o voto eletrônico, sem as possibilidades de recontagens e auditorias. 



Em novembro de 2009, o Tribunal Superior Eleitoral realizou um teste controlado de invasão, onde atribuiu uma série de restrições do que os hackers poderiam ou não fazer, sem levar em consideração o cenário real, no qual um hacker pode agir empregando engenharia social e modificação do hardware. Após a experiência, alguns hackers disseram que "o TSE manipula as regras do jogo, limitando os softwares que eles podem usar na tentativa de violar as urnas". Em defesa o TSE disse que "não pretende cercear nenhum investigador". 


Por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4543), a Procuradoria Geral da República (PGR), solicitou no ano passado, em caráter liminar, que a partir das eleições de 2014 o Brasil passasse a adotar também o voto impresso, com as urnas de 2ª geração. Porém, “o artigo 5º da Lei 12.034/09, que cria o voto impresso a partir das eleições de 2014, teve seus efeitos suspensos, liminarmente, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ministros entenderam, por unanimidade, que o dispositivo compromete o sigilo e a inviolabilidade do voto assegurada pelo artigo 14 da Constituição Federal”. 



Após a sessão realizada no dia 19 de outubro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que “as modificações tecnológicas necessárias para implementar o voto impresso apresentam custo bastante elevado, considerados os 135 milhões de eleitores e as 450 mil urnas operadas simultaneamente durante as eleições”. Parece, que Gurgel não levou em consideração as 90.000 urnas eletrônicas do modelo UE98, que haviam sido usadas nas eleições de 2008 e estavam em perfeito funcionando, quando foram descartadas pelo TSE. Também, não foi dada importância ao fato de que em julho de 2010, iniciou-se em audiência pública a licitação para compra de mais 200 mil urnas. 



As urnas de modelo 1996 e 1998, já descartadas, foram usadas em 5 ou 6 eleições. A cada eleição o tempo de utilização destes equipamentos é de no máximo 10 horas durante a votação e mais uma hora, para preparação e testes. São ao todo aproximadamente 150 mil máquinas descartadas com menos de 150 horas (6 dias) de vida útil. Segundo a Justiça Eleitoral, os equipamentos são descartados por uma questão 
de segurança, visto que após dez anos de fabricação, o material deve ser trocado, para que não existam falhas ao longo dos pleitos. 


Para a Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, o voto impresso afronta o segredo do voto, “no direito constitucional brasileiro, o voto é secreto (artigo 14, CF) e o segredo do voto constitui conquista destinada a garantir a inviolabilidade do querer democrático do eleitor e a intangibilidade do seu direito por qualquer forma de pressão”. Segundo a Ministra, “o segredo do voto foi uma conquista, impossível de retroação, e a quebra desse direito fundamental do cidadão configura, sim, afronta à Constituição”. E continua, “se o ato é próprio e inexpugnável, qual a sua necessidade de prova? Se não há de prestar contas porque é ato personalíssimo, para que o papel?”, indaga. A resposta para a pergunta da Ministra é simples, o voto impresso serve para que seja possível auditar a apuração dos votos, quando questionado o resultado de uma eleição. E em momento algum se pede, ou se cogita a hipótese de que o voto impresso saia da sessão eleitoral. Dessa forma, não existe a menor possibilidade de o leitor ser alvo de coação. 


Segundo Cármen Lúcia, a alteração das urnas eletrônicas pode gerar desconfiança na sociedade, ou seja, totalmente o contrário do que o sistema democrático constitucional impõe. “Ao invés da confiança, o previsto no artigo 5º da Lei 12.034 gera desconfiança no sistema eleitoral e desconfiança é próprio das ditaduras, não é garantia da democracia” disse a ministra. “Parece certo que a segurança, eficiência, impessoalidade e moralidade do sistema de votação eletrônica como adotado no Brasil é não apenas acatado e elogiado em todos os cantos do planeta, como testado em sua invulnerabilidade e comprovado em sua higidez sistêmica e jurídica”, completou. Ao que tudo indica nossa Ministra ou esta completamente desinformada, ou acredita piamente em um sistema que todos os demais países se rejeitam a utilizar. 


Hoje com a Índia mudando seu posicionamento, o Brasil passará a ser o único país do mundo em que o próprio eleitor não pode conferir o seu próprio voto. Ao digitar os números de seus candidatos e confirmar, a urna é quem grava o voto, sem o menor grau de transparência e confiabilidade. 



O que se torna evidente, e parece que os integrantes do STF e do TSE não entenderam ainda, é que as demais nações, democraticamente exigem uma votação com transparência e seriedade. Sem precisar abrir mão da possibilidade de auditar os resultados, quando necessário, se necessário. Hoje, a internet esta repleta de vídeos e matérias sobre a fragilidade das urnas eletrônicas brasileiras. Aos poucos, principalmente por meio das redes sociais, uma mínima parcela da população começa a compreender que o nosso sistema eleitoral não é 100% seguro. 



Já existe um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que visa eleições com voto eletrônico e cópia impressa, permitindo a recontagem, auditagem independente e fiscalização externa. Não existem provas de fraudes nas eleições brasileiras desde que as urnas foram adotadas, mas existem vários indícios delas. Da maneira como a Justiça Eleitoral trata as denúncias, é impossível que um dia haja qualquer prova de fraudes. 



Em 2006, em Alagoas, um candidato insatisfeito com o resultado da eleição, pediu uma analise dos arquivos. Foram detectadas informações incoerentes e mau funcionamento em 1/3 das urnas, o candidato solicitou ao TRE uma auditoria nos equipamentos. Após dois anos de espera para ser julgado, a justiça pediu ao candidato 2 milhões de reais para pagar aos peritos que iriam realizar a auditoria. Indignado com a decisão, o candidato pediu que a própria Justiça Eleitoral arcasse com os custos, visto que era de interesse da mesma. A justiça não aceitou e condenou o candidato por atitude de litigância de má fé, apesar das provas apresentadas. 



Casos de desconfiança dos resultados das eleições, não aconteceram apenas em Alagoas, mas também em outras diversas cidades. Em Caxias, no interior do Maranhão, o voto do próprio candidato não foi computado na urna. Em Guarulhos, grande São Paulo, um candidato juntou 2,5 kg de documentos sobre eleições supostamente fraudadas. Por incrível que pareça, todo aquele que persistir em “perturbar” o TRE, o TSE e o STF acerca de eleições supostamente fraudadas, o resultado será o mesmo, a condenação por litigância de má fé. 



Em uma matéria do programa Jurídico News, pela Just TV a cidade de Itajaí é citada como uma das que apresentam relatórios de fraude em eleições. Vários candidatos a vereadores de Itajaí ficaram desconfiados dos resultados da apuração das últimas eleições. Alguns candidatos receberam reclamações dos eleitores, de que a foto não aparecia na tela, ou de que a imagem ficava “tremendo”, ou até mesmo de que a foto não era a do candidato para o qual estavam destinando seus votos. Todos esses fatores podem ser sinais de que essas urnas estavam de alguma forma “reprogramadas”. 



Como um país que se tornou o primeiro país do Mundo a se adaptar 100% as urnas eletrônicas, não conseguiu acompanhar o desenvolvimento tecnológico desses equipamentos? A questão que se levanta é porque de fato o Brasil não se adequa as novas e modernas máquinas eleitorais. O voto impresso, não deixa de ser secreto. No atual cenário eleitoral em que vivemos, não podemos afirmar em quem votamos. Não 


podemos ter segurança no nosso voto, pois se questionarmos os resultados de uma eleição, não existe a possibilidade de uma auditoria, de uma recontagem de votos. Conclui-se então, que nosso voto é secreto apenas para nós mesmos. Nem nós, eleitores, sabemos, comprovadamente, em quem nós votamos.




Paulo Mannes 



Sites consultados para pesquisa: 


Confiabilidade da Urna Eletrônica – Jurídico News: 

http://www.youtube.com/watch?v=kpinZwI3gfs&feature=related 


Urna eletrônica brasileira: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Urna_eletr%C3%B4nica_brasileira 


Voto Transparente: 

http://www.vototransparente.com.br/site/projetodelei.php 


Supremo Tribunal Federal: 

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=170328&caixaBusca=N 


Supremo Tribunal Federal: 

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=191929 


A verdade sobre as urnas eletrônicas: 

http://www.youtube.com/watch?v=Op9N2EyoZHo&feature=related 


Urna eletrônica – Caso de Polícia: 

http://www.youtube.com/watch?v=dzodI_X9iMY 


Uma provocação: 

http://blogs.estadao.com.br/joao-bosco/uma-provocacao-as-urnas-eletronicas-sao-
mesmo-a-prova-de-fraudes/ 


QUERO MEU VOTO IMPRESSO: 

http://www.votoimpresso.blogspot.com.br/ 


“Fraude nas urnas”. Existem outros – Pesquise em sites de busca. 

  Enviado por: Daniel Pissetti Machado

Lançamento do Thiuzinho






                                                                                                             2012






Preview 2013 Maison du Banho

















Foto: Cícero Viegas
Preview 2013 Maison du Banho. Prepare-se para o INTENSO.










Não somos como os outros





Nossas pequenas loucuras!

Nossas sinceridades!

Nossos sonhos impossíveis!

Nossas escolhas!

Nossas inocências!

Nossas buscas!

Nossas ternuras!

Nossas vidas!

Nossas dores!

Nossos destinos!

Nossas tristezas!

Nossos sorrisos!

Nossos hábitos!

Nossas sutilezas!

Nossas esperanças!

Nossas queixas!

Nós somos otimistas!

Nossa força intima

Assim aprendemos a lutar


                                             Patrícia Raphael é poetisa em Itajaí

A TEORIA








A teoria é aquilo que o homem escreveu para não esquecer como se praticar, no entanto o homem escreveu a teoria de como praticar para evitar o fim de nosso planeta, mas não se vê esta pratica como deveria ser praticada e ninguém apresentou uma teoria para ser praticada lá no princípio e por este motivo nos encontramos em estado de emergência. E não existe teoria que resolva o problema, e sim a prática. Quando os homens vão começar a praticar como se deve e parar de discutir a teoria?

João Carlos Pereira é cronista em Itajaí - SC











AGRADECIMENTO DE MAX







Boa tarde a todos.

Gostaria de agradecer aos 69 votos que recebi. Para muitos pode não ter sido uma votação expressiva, mas sei que tenho 69 pessoas juntas a mim e que confiaram a mim o seu voto.
Trabalhamos de forma limpa e serena, e deixo aqui os meus parabéns aos vereadores eleitos e ao Sr. Jandir Belini.

Um grande abraço.
Enviado por: Maxilane Jose Messias (Max).
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Alessandrah em Itajaí









                                                                                                                            2012
                                                                                                                                                                      












Alessandrah Cantora



                                                                                                                                       

                   

Mandi: No cárcere ll


                                                     Samuel Congo da Costa  Nº05
                                                         





Uma das mais formosas borboletas ,nascem nos galhos do limoeiro, 


Em seu ciclo de mutação ninguém suporta seu cheiro.


Os mais belos pássaros que encontramos no sertão,


Ninguém pega nas mãos!


Os felinos gigantes estão junto aos elefantes! 


Longe, muito longe, 


Onde encontramos os reis negros dos horizontes Estas são algumas belezas da natureza...


...que o homem branco com seu orgulho destrói sem realeza! Sem saber das suas riquezas


João Carlos Pereira.







Para Renan Fillipi da Costa.                                                                                                    


O sol abrasador, sobre a cabeça ajudava a demolir o mito do sul gelado e chuvoso. Missal estava bem alinhado, de terno e calça de cor preta, gravata vermelha, sapatos pretos bem engraxados. Usavam também óculos de grife e um broche da ordem dos advogados na lapela. Segurava uma maleta zero, zero, sete, e se perguntava diversas vezes para consigo mesmo, como teria parado ali naquele fim de mundo. ‘’Início de careira é isso ai mesmo, a gente encara cada coisa’’, já ouvira isso diversas vezes, assim que entrou na faculdade, e assim que sai dela também. Ao estacionar o carro diante da delegacia, um prédio quase em ruínas, não estranhou o fato de um cabo da policia militar, estar fazendo a sentinela. A sentinela estava, sentado em uma cadeira de vime, uma arte Xocleng com toda certeza, Missael a reconheceu assim que, pois aos olhos nela. O cabo de olhos verdes, pele clara queimada pelo sol, era baixo e gordo, parecia um personagem saído de um filme antigo, logo pensou Missael. O cabo o vê, e levanta-se rápido, Missael pensou que ele iria bater os cascos quando esse aproximou do policial militar. 


— Doutor! ’’Me avisaram’’ que o senhor vinha...o prisioneiro está lhe aguarda, na cela!


— Quero falar com o delegado primeiro, trouxe o Habeas Corpus, quero ver o meu cliente fora dessa delegacia agora. — O advogado falava com todo vigor, mas não sabia se estava agindo corretamente, gastando aquele palavrório todo com uma simples sentinela. Mas o seu instinto estava lhe dizendo para agir desse modo. Uma coisa que o seu velho pai, Aristo, e seu avô viviam lhe dizendo, para seguir os seus instintos. Coisa que fazia parte da natureza de ambos foi assim, que eles sobrevieram por tantos anos. Apesar de muitos desejaram ao contrário. 


— O delegado de plantão não está, na verdade passou mal e foi ‘’pro’’ hospital hoje no início da manhã!Mas estou instruído para soltar o preso, assim que o senhor chega-se como os papéis de soltura. 


Missael fez um esforço para não rir diante do cabo, era mais fácil do que ele pensava que seria. O próximo passo era seguir com coisa toda, e Missael lhe entrega o Habeas Corpus. O cabo lê o documento, Missael teve a impressão que o cabo não sabia ler. O próximo passo era entregar a maleta, para o cabo lhe fazer a revista, antes de entrar na delegacia. O mesmo se assusta como o ato do advogado.


— Não precisa doutor, pode entrar!

Ao adentrar no prédio, ladeado pelo militar, Missael leva um susto, o mesmo era pior por dentro do que por fora. Pintura descascando, móveis enferrujados, material de limpeza espalhados pelo chão, umidade e mofo em toda parte. Missael teve a impressão, que não havia mais ninguém no prédio. O que poderia ter feito o cabo para parar em um lugar decadente como esse. Missael pensou em perguntar, mas ficou calado, não sabia como aquela figura folclórica iria reagir a uma pergunta desse tipo: - Deus! Esse corredor parece que não ter fim- Diz Missael para si mesmo.


— Sabe de uma coisa doutor, eu gostei do senhor...eu gostaria de dizer uma coisa pro doutor, se o senhor permita tal intimidade... — Nesse momento Missael bem queria que o cabo ficasse calado, mas achou melhor ficar com os ouvidos e olhos bem abertos, tinha que ouvir o militar. Tinha que ouvir, o que aquela figura cômica tinha para dizer, seu alarme estava disparado, Missael estava em alerta total, desde que aceitou aquele caso. E a frase muitas vezes proferida pelo seu pai, lhe invadiu a cabeça com toda a força naquele momento: ‘’— Meu filho, antes de tudo procure entender as pessoas, e só assim meu filho, vás encontrar o teu lugar nesse mundo. Senão compreenderes as outras pessoas, não te compreenderas a si mesmo.’’Como Missael gostaria de se livrar daquela figura lendária, de uma vez por todas, como aquela figura mitológica o angustiava. Missael ficaria contente em ter um pai de carne e osso e não um mito como progenitor.


— Pelo que posso ver o senhor é janopês...estou certo? — Dize isso enquanto segurava o braço do advogado, forçando-o a parar de andar. Missael preferiu o silêncio, como resposta, para aquela pergunta constrangedora. Em um relance pensou nas histórias que seu avô contava quando ainda era uma criança. De como há séculos, os Macuxis invadiram as áreas de pesca e caça dos Wapichanas. Os Macuxis vieram do norte expulsos pelos espanhões, vieram disputar espaço com a tribo dos Wapichanas, a tribo de Missael. Foram séculos de disputas sangrentes, até por fim a paz reinar, entre as duas tribos. Mesmo assim, resentimentos de vez em quando viam à tona, afloravam de tempos em tempos. Agora vinha esse homenzinho com uma conversa racista.


— Sabe doutor, vim parar aqui no meio dessa indiarada preguiçosa e ordinária, porque briguei com um coronel que queriam porque queriam que obedecesse. Um coronel negro sabe, se meu pai ‘’tive-se’’ vivo para ver uma coisa assim, um negro mandando em mim. Acho que ele morria na hora doutor. Daí sabe doutor, me mandaram pra cá, pra esse inferno de lugar, quente igual o cão. — Missael percebeu nos olhos do militar, um tom desesperado. Ele queria que o jovem e influente advogado, o ajudasse a sair desse lugar, e voltar a conviver com as pessoas ditas ‘’civilizadas’’.


— O que posso fazer pelo senhor cabo... — Missael olha e lê, no uniforme do militar, e só agora da conta do nome ‘’do infeliz’’— Cabo Van Peter...o que posso eu faz pelo senhor? 


— Sei que o senhor é uma pessoa distinta, só quero sair ‘’desse’’ lugar dos infernos, e ver a luz do dia ‘’di’’ novo...só isso doutor Da Maia. 


Missael tira os óculos do rosto, para encarar a sentinela bem nos olhos, não sabia onde estava se metendo, mas de uma coisa ele sabia, que os corredores escuros como aquele, exigem olhos bem atentos, mente aberta e um senso de oportunidade que não é para qualquer um.


— Quando me encontrar com o coronel Alencastro novamente, eu vou falar do seu caso para ele. O coronel é uma pessoa razoável, pode rever o teu caso, ele é uma boa pessoa e muito amigo do meu pai. Foi com ele, que o senhor se desentendeu não foi? — O advogado pensou nas longas conversas com coronel Alencastro e Aristo, eram longas conversas, geralmente regadas a vinho, cerveja e às vezes chimarrão, coisa que o pai de Missael só aprecia com a companhia o coronel, para alguma coisa aquela amizade poderia ser útil afinal de contas. Aristo vivia dizendo que Alencastro era muito parecido fisicamente e no jeito de ser com seu antigo comandante, quando ainda servia na guerrilha angolana. Aristo às vezes se comportava como se fosse um soldado na presença do coronel.


— Obrigado doutor, muito obrigado! — O cabo ficou impressionado com as palavras do advogado, mesmo assim achou estranha a amizade do pai de Missael com um negro, mesmo que fosse um coronel. Van Peter se esquece de quem é de onde estava, e beija ambas as mãos de Missael. Missael pensa estar em uma cena de filme, uma comédia qualquer, era patético a atitude do militar.


— Cabo Van Peter...aonde fica a cela do meu cliente? — Diz Missael ao retirar as mãos de forma brusca, se livrando do assédio constrangedor do militar.


— Fica bem ali! — aponta a sentinela para uma cela a poucos metros de ambos, Missael estranhou a luz, que emanava do lugar apontado pelo cabo. A sentinela fica parada enquanto o advogado caminhava, Missael só notou a falta de Van Peter quando chegou à frente da cela. 


— Cabo?Abra a cela, por favor! — Era evidente a irritação na voz de Missael, com Van Peter a poucos metros dele. Missael pode notar o olhar petrificado do mesmo. Estavam estáticos, em algum lugar que Missael não identificou bem onde.


— A cela está aberta doutor, se o senhor quiser conversa com o ‘’meliante’’ o senhor pode usar a sala do delegado. Ele autorizou, se o senhor quisesse falar com o meliante em outro lugar.


Missael não gostou da tom de voz do militar, mais parecia a de uma criança assustada. Mas o que mais irritava, o advogado, era essa coisa tudo, uma irregularidade atrás da outra. Na verdade só queria tirar o seu cliente dali bem rápido e voltar para o litoral o quanto antes. Não viera para aquele lugar para fiscalizar qualquer irregularidade que fosse. Bastou uma olhada para dentro da cela e uma sensação estranha, toma Missael de assalto. Ver aquele índio deitado na cama, de costa olhando para a parede, Missael teve a impressão de já ter vista essa cena antes. Um passado não muito distante, e gritos de desespero e dor vieram juntos como uma torrente. Missael abre a cela, sem dificuldade alguma, e se perguntou como ele ainda não fugiu de um lugar como aquele, o que o prendia de fato ali. As barras estavam enferrujadas, como podem deixar as coisas chegarem a esse ponto. De repente Missael sente uma estranha presença, e uma estranha sensação de querer estar armado passa pela cabeça. Da Maia queria uma arma para poder se defender, de uma coisa que ele não sábia bem o que era, não queria estar vulneral como estava naquele lugar. Alguma coisa estranha pairava no ar, era angustiante estar ali. 


— José Maria...


— Mokanã...é esse o meu nome primo! — O Xocleng nem se deu ao trabalho de olhar para Missael enquanto proferiu essas palavras.


— Primo? Não sou seu parente... — Missael então percebe o que se passava ali — ...sou do norte, nasci longe daqui, mas quem te contou quem sou Mokanã?


— E isso importa?


— No pé que está à coisa, isso não importa mesmo! Consegui a tua liberdade provisória, mas creio que vá passar um tempo no presídio agrícola por uns meses apenas. ‘’Me diz’’ uma coisa primo, por que atirasse naquele homem desarmado afinal de contas?


Mokanã virasse para olhar Missael de frente, o olhar do Xocleng deixa o advogado sem palavras. Jamais vira um olhar daquele em toda a vida.


— Aquele chucrute maldito, veio com uns vinte homens, tomaram o nosso gado. Quando foi buscar de volta, eles devolveram, mas quando todo o gado já estava de volta na aldeia, aquele ‘’palmito’’ dos infernos quis bancar o engraçadinho, e sacou a arma da cintura. O que eu poderia fazer? Desarmado, essa é boa? Acho que ele de ver o pior atirador do mundo, por isso não estou morto, e ele não está morte porque eu não quis! 


— Não tem nada disso nos autos do processo nem no inquérito, que eu li! — Missael não disse nada sobre o fato do homem, que era de descendência italiana e não teuta, mas para aquele índio, era a mesma coisa pensou Missael. Branco é um branco, e se comportam da mesma maneira o descobrimento. 


— Quando vou sair daqui?


— Agora mesmo, mas que cheiro forte é esse...florada de mangueira? 



Samuel Costa é contista em Itajaí -SC