Samuel Congo da Costa Nº 02



A unção (Os Anjos Caem Primeiro)






- São só dez quilômetros meu amigo! Diz a figura diante do volante.
-Que bom! Respondeu de imediato o passageiro, não escondendo o mau humor, pois não gostava das cidades grandes. Achava-as barulhentas, ao contrario das cidades pequenas, que para ele eram as ideais de se viver. E o fato de estar ali era um calvário e um alívio ao mesmo tempo. A muito queria que aquilo acabasse logo, e mil coisas passavam pela cabeça a esta altura. Mas tinha decidido ir até o fim com a coisa toda. O fato de ser pastor de profissão e, sobretudo por fé, e de lidar com a idéia do pecado de si mesmo, e dos outro não alterava o fato em nada. E uma olhada do motorista de táxi pelo retrovisor, pois fim com a agonia iniciada quando ele saiu do hotel e embarcou no veículo. Aquele olhar do chofer o denunciava.


- O que o senhor veio fazer aqui na capital? Pergunta afinal o motorista, com seu sotaque inconfundível do norte.
- Vim procurar um pouco de diversão meu amigo, só um pouquinho e mais nada! E ambos riram juntos durante um certo tempo. Daí parar em um motel numa parte suspeita da cidade era um pulo, e tudo estava indo como ele imaginava que seria. Rápido e impessoal. E a garota com a descrição que ele pedirá estava esperando por ele no quarto. Ao bater na porta da pocilga três vezes como o instruíram. Lá estava ela como ele bem imaginava cálida e toda sorridente.
- Vim te buscar filha, vamos voltar para casa! Tu mãe te espera...  


Samuel C. da Costa é cronista negro em Itajaí-SC



e-mail: samueldeitajai@yahoo.com.br 

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