Saber Parar - Carla Thiem








A escritora Carla Cristina Thiem
                 


Agradeço a equipe do Jornal “A IMPRENSA”, por participar desta Edição.
Sou profissional dos números e dos controles, mas adoro poesia, filosofia e escrever sobre o cotidiano. Conheço muitas pessoas com problemas de vício, que se atrapalharam na vida, muitas vezes por falta de um apoio, de uma palavra amiga. Por isso gosto de falar sobre o “ Dedo na Ferida “, pois mostra a realidade de um mundo onde tudo está sujeito a acontecer.


Tentar superar o álcool, percorre os mesmos caminhos angustiantes que uma vítima passa ao tentar libertar-se do seu sequestrador. Mas a natureza do vício é autodestrutiva, é como se perder do mundo. A pessoa tem consciência do quão prejudicial é continuar a alimentar o comportamento inadequado, que na grande maioria das vezes toma conta da sua vida, ou pelo menos causa-lhe grandes transtornos em algumas áreas da sua vida.


No entanto, paradoxalmente a pessoa vive entre o reforço positivo (afeiçoa-se ao vício) e a punição (tem consciência do mal que faz). O vício como na dança o Lago dos Cisnes, encontra um padrão pelo qual entra diretamente na vida de uma pessoa, atraindo e condenando, confortando e destruindo. Uma vez sendo o cisne branco, inocente e gracioso, outra vez sendo o cisne negro, sombrio e destrutivo. Esta dança pouco a pouco vai levando a pessoa a exaustão, consumindo sua energia, os seus recursos funcionais, alterando o seu raciocínio, adulterando as ideias e os desejos. Entre tantas definições, é especialmente importante a autoajuda, perder o orgulho, pedir socorro quando necessário, e não se sentir só. É tão gratificante se sentir em condições de participar novamente de tudo que já se dava por perdido, amigos, família, ver que não há mais motivos para mágoas, rancores, sabem que a ferida sara, mas ficam as cicatrizes. Neste processo você liberta-se de todas as correntes internas que o impedem de viver o seu pleno potencial, permitindo que procure ativamente o que pretende realizar na sua vida, a tarefa é bastante complicada, mas isto não é pretexto para desistir.


A sua decisão tem que ser firme, tem de ser pensada e tem, acima de tudo, de ser verdadeira decisão. Não se deixe recair, não permita que um vício domine a complexa máquina que é seu organismo. Se consentir que isso aconteça, está a perder uma luta, mas também, uma identidade e o respeito dos que o cercam, aja como tal e honre o compromisso que fez consigo mesmo!


Mas quando se tem vontade tudo pode ser possível, como planejar as suas situações, os pensamentos e a voz interior que desencadeia em você o impulso para o álcool ou vício, fica mais capacitado para orientar as suas ações de superação.


Dentro de cada pessoa existe uma grande sede de felicidade e propósito de vida, é fácil estar sentado observando, o que é difícil é levantar-se e agir, pense sempre no lado oculto da voz interior como um aprendizado, é muito melhor ter esperanças que não ter!!!




Jornal: A Imprensa
Circulação: Regional
20 de Maio de 2017
Edição: 151
Ano: XI



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