Rosa e o Elói


                                                                                                                             




                                                                                                                                                               Por: Luiz Rosa





Imagine um homem com histórias para contar... Pena que ninguém fez bom proveito deste arquivo para escrever um livro... Homem de fala simples, mas que carregava consigo uma sapiência ímpar... Passei horas de voo, sorrindo das histórias que ouvia do velho mestre enquanto fumava um cigarrinho maldito naquele fedido fumódromo. Assim como aprendi um montão ouvindo as experiências que ele trazia nos ombros. Ri muito com suas intervenções durante as sessões, ora trollando um vereador, ora um funcionário. Adorava fazer rir... Sorriso fácil, coração enorme igual ao carinho que recebia daqueles que o conheciam... Se dependesse do véio Lói ou Negão, como muitos o chamavam carinhosamente, o mundo todo seria pintado de dourado... Cor de ouro, feito o valor que tinham as amizades que Elói conquistava... Vivia chamando um de menino de ouro, dizia que o outro tinha coração de ouro e por aí ia o Elói pintando o mundo de dourado...

Numa certa noite, no antigo prédio da Câmara de Vereadores de Itajaí, no centro da cidade, caía uma chuva que Deus mandava e inundou várias ruas, inclusive a Edmundo Heusi, rua da Câmara. A sessão havia terminado e todos estavam no hall do prédio apreciando a desgraça da inundação e os muitos carros estacionados... Quando Elói chegou, eu tirei a bota, arregacei a calça, catei a chave da mão dele e trouxe o golzinho branco até sobre a calçada do prédio...

Assim foi com vários outros colegas e vereadores que ali estavam... Mas, passados quase 8 anos, ele não passou um dia, quando estava em público, sem fazer referência àquele dia, dizendo com aquele vozeirão que eu era um negão de coração de ouro por aquele feito...

Todas as terças e quintas-feiras, o véio Lói subia a rampa com os colegas assessores e acenava com um sorriso para as meninas da recepção e para mim. Da última vez que nos vimos, ele subia a rampa com meu amigo Rodrigo Ceccon... Parou, olhou para mim, que estava na recepção, e disse: "Oh, negão, tu tens o coração de ouro!" e eu respondi "Oh, mais negão do que eu, é muita bondade de sua parte." Assim nos depedimos... Eu levando o carinho que sempre nutri e ele rumando para junto de Deus.


Ver. Elói Camilo da Costa



Sinceras saudações aos familiares e amigos!


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